Como evitar o efeito platô?
O segredo para evitar este 'freio' na perda de peso é criar uma alternância entre as dietas. "O ideal é não manter dietas muito restritivas por períodos prolongados, alterar o esquema alimentar e manter a prática de atividade física, variando a rotina do tipo de atividade", aconselha Alessandra. "Qualquer dieta que pretenda reduzir grandes quantidades de peso precisa ter uma estratégia de entra e sai de dieta. Ou seja, realiza a dieta durante um tempo e depois faz um programa para recuperar o metabolismo. O ideal é se exercitar gastando exatamente o que se come, só que isso não emagrece. Para emagrecer o melhor é alternar a agressão com a recuperação", completa o nutrólogo Alexandre Merheb.
Regimes de caráter muito rígido devem ser escolhidos com cuidado, já que o efeito a longo prazo, em geral, não é satisfatório. "A maioria das pessoas adotam um plano muito rígido e imediato. Não fazem uma redução gradativa, querem parar de comer do nada. Mas essa restrição total, apesar de ser eficiente a curto prazo, não funciona a longo prazo e o resultado é ou o efeito platô ou o efeito sanfona, que é quando a pessoa engorda todo o peso perdido", ressalta a nutricionista Marcela, que aconselha: "Associar alimentação equilibrada com exercício físico é a chave para quem quer emagrecer. Principalmente porque, com a reeducação e a realização regular de atividades físicas, a chance de voltar a ganhar peso é muito mais difícil. Com a combinação desses dois fatores, você garante a manutenção completa do peso".
Alessandra faz coro com a nutricionista do HUPE: "Muito maior é o risco de apresentar o efeito platô quando não existe o exercício. A atividade é uma maneira natural de se estimular o metabolismo. Os pacientes adoram um remedinho, mas devem se lembrar que nada melhor e mais natural do que a prática de exercícios. A realidade é essa: é preciso esforço. Não adianta querer se prender a fórmulas mágicas", reforça.
Será que a dieta ideal existe?
"Não existe dieta ideal, existe a dieta possível. Ela deve ser compatível com os hábitos de cada um.Dieta é uma coisa que você opta fazer. Ela é um tratamento", acredita Alexandre Merheb. Já para Marcela Casanova, o segredo está na reeducação alimentar: "É preciso que a restrição calórica seja feita de forma gradual e sempre conciliá-la com atividade física. É importante realizar um fracionamento das refeições com pouco volume ao longo do dia e não omitir refeições, achando que isso vai reduzir calorias, porque você vai acabar compensando em outra refeição".
Considerar objetivos de cada paciente e levar em conta seu estilo de vida é, para Casanova, o primeiro passo para a elaboração de um programa alimentar satisfatório. "Tipo de exercício feito, disponibilidade alimentar, possíveis necessidades especiais são fatores a que devemos prestar atenção. De acordo com essas diretrizes iniciais, deve ser traçada uma dieta em que as concentrações de carboidratos, proteínas, gorduras possam variar ao longo do dia, o que pode ser obtido através de certas combinações especificas dos alimentos. Mudando o tipo de combinação em cada refeição de forma individual, todo processo fica muito mais fácil e melhor, viável a longo prazo", destaca.
A nutricionista Alessandra Rodrigues prefere apostar em uma rotatividade de dietas. "Diversificada, nutricionalmente equilibrada e associada a atividade física regular. Gosto muito de trabalhar com um rodízio de dietas, ora trabalho com dietas levemente mais protéicas, ora com menor índice glicêmico, ora mais calórica e depois menos, mas sempre buscando o bem-estar do paciente, o equilíbrio nutricional e o estímulo a hábitos mais saudáveis", conclui a especialista.
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