Não há nada mais desestimulante para quem quer emagrecer do que, no meio de uma dieta, simplesmente parar de perder peso. Sim, é esquisito. Quando uma pessoa come menos e faz mais exercício pressupõe-se que ela fique mais magra, certo? Errado. O efeito platô, como é conhecido, é uma reação do organismo à redução da ingestão calórica e, segundo os especialistas, o fenômeno se dá principalmente em pessoas que se submetem a regimes desregrados sem acompanhamento médico.
Por que acontece?
Qualquer tipo de dieta resulta numa crise de energia, pois propõe a redução da alimentação e o aumento do gasto, através de atividades físicas. A nutricionista Marcela Casanova, da Clínica de Hipertensão Arterial e Doenças Metabólicas Associadas, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), explica: "O efeito acontece porque o organismo sofre uma adaptação para a situação de restrição de calorias que lhe foi imposta. Ou seja, funciona como um mecanismo adaptativo que guarda energia sob forma de gordura. É uma forma de defesa, ele entende que o emagrecimento não é voluntário e chega um momento em que a perda de peso freia, ou seja, a quantidade gasta fica igual à ingerida".
A nutricionista Alessandra Rodrigues, considerada uma das estrelas do ramo de personal diet, diz que não há uma justificativa lógica para o fenômeno. "Diversos estudos já tentaram comprovar as mais diferentes teorias, mas nenhum conseguiu. Acredita-se que o efeito platô seja consequência de uma redução no metabolismo. A partir do momento em que se ingere um valor calórico abaixo do habitual por um período prolongado, o organismo passaria por ajustes e o metabolismo entraria em desaceleração, brecando a perda de peso. No entanto, os estudos que apontam para isso não trazem resultados conclusivos", informa a especialista, que já cuidou dos cardápios de famosos como a apresentadora Xuxa e o cantor Daniel.
Quando acontece?
Se você está começando uma dieta agora, não se assuste: nem todos os regimes resultam no efeito platô. "Depende muito de como as refeições estão distribuídas ao longo do dia e do tipo de exercício físico feito. Às vezes, a intensidade ou o volume do exercício são elevados em comparação à dieta e a pessoa perde muita massa magra. Então, o metabolismo baixa. Como o corpo passa por um período de grande déficit durante a atividade, sem que não haja uma reposição mínima adequada, acaba por estocar mais do que consumimos ao longo do dia como reserva", diz a nutricionista Marcella Amar, que trabalha na área esportiva e tem entre sua clientela vários atletas olímpicos e celebridades, como Paola Oliveira e Juliana Alves.
Como evitar o efeito platô?
O segredo para evitar este 'freio' na perda de peso é criar uma alternância entre as dietas. "O ideal é não manter dietas muito restritivas por períodos prolongados, alterar o esquema alimentar e manter a prática de atividade física, variando a rotina do tipo de atividade", aconselha Alessandra. "Qualquer dieta que pretenda reduzir grandes quantidades de peso precisa ter uma estratégia de entra e sai de dieta. Ou seja, realiza a dieta durante um tempo e depois faz um programa para recuperar o metabolismo. O ideal é se exercitar gastando exatamente o que se come, só que isso não emagrece. Para emagrecer o melhor é alternar a agressão com a recuperação", completa o nutrólogo Alexandre Merheb.
Regimes de caráter muito rígido devem ser escolhidos com cuidado, já que o efeito a longo prazo, em geral, não é satisfatório. "A maioria das pessoas adotam um plano muito rígido e imediato. Não fazem uma redução gradativa, querem parar de comer do nada. Mas essa restrição total, apesar de ser eficiente a curto prazo, não funciona a longo prazo e o resultado é ou o efeito platô ou o efeito sanfona, que é quando a pessoa engorda todo o peso perdido", ressalta a nutricionista Marcela, que aconselha: "Associar alimentação equilibrada com exercício físico é a chave para quem quer emagrecer. Principalmente porque, com a reeducação e a realização regular de atividades físicas, a chance de voltar a ganhar peso é muito mais difícil. Com a combinação desses dois fatores, você garante a manutenção completa do peso".
Alessandra faz coro com a nutricionista do HUPE: "Muito maior é o risco de apresentar o efeito platô quando não existe o exercício. A atividade é uma maneira natural de se estimular o metabolismo. Os pacientes adoram um remedinho, mas devem se lembrar que nada melhor e mais natural do que a prática de exercícios. A realidade é essa: é preciso esforço. Não adianta querer se prender a fórmulas mágicas", reforça.
Regimes de caráter muito rígido devem ser escolhidos com cuidado, já que o efeito a longo prazo, em geral, não é satisfatório. "A maioria das pessoas adotam um plano muito rígido e imediato. Não fazem uma redução gradativa, querem parar de comer do nada. Mas essa restrição total, apesar de ser eficiente a curto prazo, não funciona a longo prazo e o resultado é ou o efeito platô ou o efeito sanfona, que é quando a pessoa engorda todo o peso perdido", ressalta a nutricionista Marcela, que aconselha: "Associar alimentação equilibrada com exercício físico é a chave para quem quer emagrecer. Principalmente porque, com a reeducação e a realização regular de atividades físicas, a chance de voltar a ganhar peso é muito mais difícil. Com a combinação desses dois fatores, você garante a manutenção completa do peso".
Alessandra faz coro com a nutricionista do HUPE: "Muito maior é o risco de apresentar o efeito platô quando não existe o exercício. A atividade é uma maneira natural de se estimular o metabolismo. Os pacientes adoram um remedinho, mas devem se lembrar que nada melhor e mais natural do que a prática de exercícios. A realidade é essa: é preciso esforço. Não adianta querer se prender a fórmulas mágicas", reforça.
Será que a dieta ideal existe?
"Não existe dieta ideal, existe a dieta possível. Ela deve ser compatível com os hábitos de cada um.Dieta é uma coisa que você opta fazer. Ela é um tratamento", acredita Alexandre Merheb. Já para Marcela Casanova, o segredo está na reeducação alimentar: "É preciso que a restrição calórica seja feita de forma gradual e sempre conciliá-la com atividade física. É importante realizar um fracionamento das refeições com pouco volume ao longo do dia e não omitir refeições, achando que isso vai reduzir calorias, porque você vai acabar compensando em outra refeição".
Considerar objetivos de cada paciente e levar em conta seu estilo de vida é, para Casanova, o primeiro passo para a elaboração de um programa alimentar satisfatório. "Tipo de exercício feito, disponibilidade alimentar, possíveis necessidades especiais são fatores a que devemos prestar atenção. De acordo com essas diretrizes iniciais, deve ser traçada uma dieta em que as concentrações de carboidratos, proteínas, gorduras possam variar ao longo do dia, o que pode ser obtido através de certas combinações especificas dos alimentos. Mudando o tipo de combinação em cada refeição de forma individual, todo processo fica muito mais fácil e melhor, viável a longo prazo", destaca.
A nutricionista Alessandra Rodrigues prefere apostar em uma rotatividade de dietas. "Diversificada, nutricionalmente equilibrada e associada a atividade física regular. Gosto muito de trabalhar com um rodízio de dietas, ora trabalho com dietas levemente mais protéicas, ora com menor índice glicêmico, ora mais calórica e depois menos, mas sempre buscando o bem-estar do paciente, o equilíbrio nutricional e o estímulo a hábitos mais saudáveis", conclui a especialista.
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