quarta-feira, outubro 6

Cesariana X parto normal - Mitos e verdades: saiba as indicações e diferenças de cada tipo de parto

Mais uma matéria legal do site Bolsa de Mulher, com a reportagem de Luana Martins.



O dia tão esperado se aproxima e é hora de escolher a forma pela qual o pequeno chegará ao mundo. Se por um lado a rápida recuperação do parto normal e a ausência de cicatriz a seduzem, por outro, o medo da dor e o desejo que o filhote chegue em segurança podem pesar na opção pela cesariana. De fato, o Brasil é campeão mundial em realizações da cirurgia.

"Em 2006, 42% dos nascimentos realizados em hospitais conveniados ao SUS (Sistema Público de Saúde) eram cesáreas. Nos hospitais da rede privada, a taxa alcançava 90%", constata Fábio Roberto Cabar, doutor em obstetrícia e ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP). A tendência é mundial. "Países que tradicionalmente apresentavam taxas baixas deste tipo de parto, como a Turquia e a Itália, alcançaram, no início dos anos 2000, taxas de 30 e 33%, respectivamente", completa o especialista.
Contrariando os números, desde 1985, o Ministério da Saúde recomenda que apenas 15% dos partos sejam cirúrgicos. "Essa porcentagem se deve ao fato de que, teoricamente, teríamos uma taxa de 15% de complicações intraparto que justificariam a intervenção cirúrgica ou mesmo gestações de alto risco nas quais seria necessário o parto cesariano para não incorrer em risco de morte para mãe e/ou bebê", explica Edílson Ogeda, ginecologista e obstetra do Hospital Samaritano, em São Paulo. Por que, então, é cada vez maior o número de cesáreas realizadas nas maternidades do país?

Mitos e questões culturais costumam ser a resposta para essa questão. "O medo da dor, o perigo de ter que sair de madrugada para dar a luz, o receio de não encontrar seu médico na hora que precisa ou não chegar ao hospital a tempo são algumas das preocupações que levam as mulheres a optarem pela cirurgia", opina Cássio Sartório, ginecologista e obstetra do Centro de Fertilidade da Rede D'Or, no Rio de Janeiro. "Além disso, hoje, a mulher, em geral, trabalha fora e precisa se organizar para ter seu filho. Portanto, ela gosta de poder programar sua gravidez, sabendo exatamente o dia e a hora do nascimento da criança", acrescenta Luciano Patah, ginecologista e obstetra do Hospital Sepaco, em São Paulo.

É importante salientar a questão dos planos de saúde. "Os convênios médicos remuneram o especialista igualmente (independentemente do tipo e da duração do trabalho de parto). Desta forma, para o médico particular (ou de convênio), pode ser muito mais cômodo marcar a cirurgia, saber exatamente a hora e o dia em que precisa fazer o atendimento, sem precisar acompanhar todo o trabalho de parto", pontua Fábio.
Escolhendo um parto seguro

Diante de tantos impasses, escolher a forma em que se dará a luz não é tarefa fácil. E quando a segurança do bebê é um dos quesitos mais importantes, a cesariana costuma ser o parto escolhido, mas os especialistas alertam: "Não existe um tipo de parto mais seguro para todas as crianças. Cada caso deve ser avaliado individualmente por profissional qualificado e as decisões devem ser tomadas juntamente com a família", afirma Fábio. "Ainda que de uma forma geral o parto normal seja mais indicado por contribuir para que o bebê expulse o excesso de líquido pulmonar ao passar pelo canal de parto, diminuindo os riscos de transtornos respiratórios, nem sempre ele é o parto mais seguro", revela Edílson.

"O que ocorre é que em gestações normais, a segurança não está no tipo de parto mas sim como essa assistência é realizada. Partos normais bem assistidos são muito seguros. Cesáreas bem indicadas e bem executadas também o são", enfatiza Luciano. "Por isso, em gestações a termo (idade gestacional maior ou igual a 37 semanas) com feto de peso adequado e em boas condições de oxigenação e nutrição, o parto por via vaginal pode ser considerado seguro para o futuro recém-nascido. Por outro lado, quando há riscos para a mãe, feto ou ambos, as cesáreas são indicadas", sugere Fábio.

Em alguns casos, o parto cesariano torna-se, até mesmo, a única opção. "Quando há risco materno e fetal, hipertensão arterial grave da gestante, o feto encontra-se em posição transversa ou a mulher apresenta mais de duas cesáreas anteriores, a cirurgia é a indicação", lista Luciano. Cássio acrescenta o descolamento placentário prematuro e a desproporção entre a cabeça da criança e o canal do parto como fatores que levam os especialistas a recomendarem o parto cirúrgico.

Edílson o indica em casos de gravidez de gêmeos em que um dos fetos encontra-se sentado ou em gestações múltiplas de três crianças ou mais. Portanto, o pré-natal pode ser a melhor ferramenta para escolher qual parto realizar. Através dele é possível saber de antemão o que será mais seguro para a mãe e para a criança.

Prós e contras de cada parto

De acordo com os especialistas, cada tipo de parto apresenta suas vantagens e desvantagens que, quando colocadas sobre a balança, costumam equilibrá-la. "Se por um lado, no parto normal não há cicatriz aparente, podem ocorrer problemas futuros como queda da bexiga e incontinência urinária", exemplifica Luciano. "No entanto, a recuperação pós-parto do parto normal é mais rápida e o procedimento é menos agressivo, pois na cesariana estamos falando de um ato cirúrgico onde tecidos são cortados para se chegar ao bebê. E os riscos de infecções são muito maiores", compara Cássio. "No entanto, em casos excepcionais, a cesárea pode salvar a vida da mãe ou do bebê", relembra Edílson.

Uma grande diferença entre os dois tipos de parto diz respeito à duração. "Numa cesariana convencional o procedimento desde a incisão até o fechamento da pele leva em torno de 60 minutos, enquanto, numa cesariana de urgência, um bom profissional consegue tirar o bebê em poucos minutos (2 a 3 minutos). Já o parto normal pode levar até 48 horas do início das dores até a expulsão do bebê, mas quando falamos do trabalho de parto em si (a paciente já apresenta dilatação do colo de pelo menos três centímetros) algumas horas são suficientes para a expulsão", revela Cássio.
Antes de decidir qual parto escolher, é preciso desmistificar algumas questões:

O trabalho de parto normal é doloroso e a recuperação da cesariana também. Certo?

Errado. Segundo os especialistas, o pós-parto cesariano não precisa ser algo sofrido. "Já estão disponíveis no mercado analgésicos eficientes, seguros e que não interferem na amamentação", revela Fábio. Por outro lado, alguns procedimentos também ajudam a minimizar a dor do parto normal. "No momento adequado, é possível realizar anestesia/analgesia com alívio significativo da dor", garante Edílson.

Mulheres que já fizeram uma cesariana não podem se submeter ao parto normal?

"Sim, elas podem. Mas o parto deve ser muito bem conduzido, pois como o útero apresenta uma cicatriz prévia há um risco maior de ela se romper durante as contrações para a expulsão do bebê", alerta Cássio. E Fábio adverte: "No caso da realização de duas cesáreas anteriores ou mais, desaconselha-se o parto vaginal por risco maior à mãe e ao próprio bebê".

Parto normal pode levar a um afrouxamento dos músculos vaginais, interferindo no prazer sexual?

"Ainda que exista essa possibilidade, esse afrouxamento depende de muitos fatores e não apenas do parto vaginal", garante Luciano. "Mesmo quando ocorre a ruptura da musculatura pélvica não há nenhuma interferência no prazer sexual. O que pode ocorrer são outros problemas posteriores como incontinência urinária", completa Cássio.

Mulheres com mais de 35 anos devem recorrer à cesariana?

"Não existe indicação de cesárea tendo como único fator a idade. Acontece que quanto mais velha for a mãe, maior o risco de apresentar hipertensão, diabetes e outras doenças que poderiam complicar a gestação, motivando, então, um parto cesárea", finaliza Edílson.

Converse com seu médico, esclareça suas dúvidas, analise as possibilidades de realização de um parto normal e escolha aquele em que você se sentirá mais à vontade. Boa sorte! Falta pouco para o filhote chegar ao mundo.
Leia também:
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- É chegada a hora! - Saiba como identificar se você entrou em trabalho de parto.
 

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